O tempo passa. Mesmo quando isso pareça Impossível.
Mesmo quando cada batida do ponteiro dos segundos dói como sangue pulsando sob um hematoma.
Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa.
Até para mim que não imaginava suportar 24 horas, e eis que já se passaram um ano e onze meses!
A rotina me obrigou a desviar meus pensamentos, por vezes interrompeu meu choro, calou minha saudade...
“_Faz de conta que não dói!”
Isso é o que repetia para mim mesmo diante do espelho, tentando me recompor quando não conseguia controlar as lágrimas diante da saudade que doía bem mais que dor física.
Quando provocava mal-estar, náuseas, indisposição...
Por muiitos dias alimentei a ilusão de que Ele estava apenas viajando a trabalho.
Que retornaria logo que o crepúsculo chegasse e pus-me a esperar...
E quão grande era a dor da realidade ao perceber que a espera era em vão!
Ele não retornaria... Não sentiria seu abraço nem ouviria sua doce voz a me abençoar!
Não seria iluminada com sua presença nem poderia ouvir falar sobre seu dia...
Não veria mais o brilho dos seus olhos nem ouviria cantarolar canções antigas.
Ele não retornaria, não retornaria porque aprove a Deus recolher sua vida!
“Eu sei que não estou só
Pois sinto Tua presença em mim...”
Pois sinto Tua presença em mim...”
Não há muito a dizer, quando se tem muito mais sentir!
Sinto muito a sua falta meu Pai. E nenhuma palavra que eu venha escrever, jamais expressará o quanto!
“Há coisas que a própria Morte não é capaz de sepultar,
Porque elas pertencem à vida eternizadas.”
Meu Pai vive em Mim!
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